domingo, 27 de novembro de 2011

O nosso lar

O envelope está ali
em cima da escrivaninha de mogno
deixei teu retrato em minha cabeceira
as chaves do carro estão na mesa
a carteira em cima da prateleira

o vento balança as cortinas de cetim
o dia está nublado, escuro
um gato me observa do muro

os sapatos estão no corredor
os chinelos embaixo da cama
ontêm não existia vergonha
seu cheiro, seu suor
no travesseiro e na fronha

onde está minha camisa?
esta junto a sua camisola
roupas entrelaçadas
amantes de pano
um tenor e uma soprano

a nossa casa
nossa vida
o nosso covil
é com você que desejei estar
na nossa casa
o nosso lar

Bruno the joker

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Vibora ensanguentada

Meu peito arde e queima o odio
vejo no espelho um belo fossil
o controle esta perdido
estamos sozinhos
arrebataram nossos caminhos

e eu venero o puro ódio
eu espero
mas não há remédio
o diabo lhe tingiu os cabelos de vermelho
satanaz esta repolsando em teu espelho

o fim é o fundo da garrafa
pelo ódio,
eu já amava
só o fundo
é o fim
do outro lado do mundo

e não me interessa
estamos sozinhos
e eu não tenho uma arma
possuo vadias como karma
mas nem sequer uma arma

eu queria voltar ao poder
ver o amor padecer
atirar na vibora
que enssanguentada
se postará a morrer

Bruno the joker

Farelos de pão

Luz que brilha
e se apaga
parte inclemente
caminhando nas ruas,
deveras inconsciente

nomes surgem,
nomes se vão
endereços, telefones
uma grande confusão

a ultima chance
surge na noite de relance

um novo mundo,
um sentimento profundo!

amor, amor
me tome
mas não cause dor

seja sutil
quando em teus braços eu cair
e se for pra ir pro inferno
venha comigo e vamos partir
reconstrua com afeto
este meu coração
que pessoas ruins transformaram
em farelos de pão

amor, amor

Bruno the joker

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ofensa

Liberte-me
deixe-me ser livre
a vida é uma prisão
o amor uma ilusão

toques...
consigo enxergar o seu corpo
na escuridão,
deixe-me fugir
das correntes da paixão

andei,
ninguem mais vi
gritei,
estava sozinho
caminhando em um deserta de sal
onde enterrei meu mau

sem respostas
sem vontade
fugi!
pela porta dos fundos
saí!
me escondi.

a liberdade é uma ilusão
liberte-me
das ofensas da solidão

Bruno the joker

A raiz do problema

Hoje o inferno amanhaceu frio
estão todos mortos
restam aos escravos
esconderem os corpos

a noite fria não tem fim
a cidade está vazia
as sombras dançam conforme o vento
os gatos cantam ao som da apatia

chegou a hora
olhei para os lados e pensei: é agora!
fiz minhas malas e fui embora

quando cheguei
não cheguei a lugar algum
buscava um bom lugar
mas não encontrei nenhum

pois onde eu ia
minha realidade me seguia
o problema estava em mim
peguei a arma e dei um fim

Bruno the joker

Br - 116

Triste,
um sonho triste
odeio, ou tenho receio
detesto tudo que existe

lapsos,
um velho beirando um colapso
um sinico que aturdiu multidões
uma vadia que despedaçou corações

um par perfeito
o predicado copulando com o sujeito

vejo o sonho que sonhei
vejos os erros que errei
falhas onde pequei

e acima de tudo vejo a morte
em seu suporte
um céu azul de amores perdidos
onde núvens amargas cobrem o sol
que chora chuva escondido

a vida
uma estrada obstruida
é nessa estrada que se encontra a morte
em um acidente de carro
uma batida forte
despedaçando meu coração
em mil migalhas de decepção

a vida é a estrada da morte
a Br - 116 da existencia
que nos deixa sem sorte

Bruno the joker

Meu mundo

Na estrada
guiando sem rumo
o horizonte passando
no retrovissor
vou te deixando

na curva eu te vejo
tua silhueta, meu desejo
na descida um suspiro
passo a curva e te deixo um beijo

continuo guiando
na estrada sem rumo
sobre o asfalto do teu corpo
desvendando o meu mundo

já é tarde demais para voltar
o caminho eu já não me lembro
jamais esquecerei os domingos
daquele mês de setembro

continuo dirigindo
penso em você
e prossigo sorrindo
piso no acelerador
desprendo o cinto
pois confio na estrada
creio que não haverá uma curva fechada

então vejo teus olhos
e prossigo
já não tenho medo
não tenho oque perder

se perder você
eu prefiro perder o controle e bater
pois eu não quero guiar em outra estrada
nas tuas linhas eu posso viver
sem tuas linhas eu prefiro morrer

então eu prossigo
o caminho de volta já foi esquecido
não há mais oque fazer
a não ser seguir em frente
e desejar que essa estrada
seja firme e diferente

Bruno the joker

Era

Era uma noite daquelas
e eu não sentia
não sei porque

liguei o carro e saí sem rumo
e não sei porque

que dia é hoje?
não sei que dia é hoje

acelerei o carro sem saber porque
olhei a sua foto sem saber porque
liguei o toca-fitas
toquei a nossa música
passei na sua rua
lembrei de você nua
lembrei da sua voz
e fui embora
mas não era minha hora

bati naquele poste
fui embora
perdi você de vez agora

que dia é hoje?
não sei que dia é hoje

Bruno the joker

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O karma e a sina

Eu vejo mas não queria ver
eu sinto muito mas vou ter que partir
a loucura me fez mau demais
agora eu posso sair

sem nexo
um ignorante vagueia
ultrapassa as ondas mas morre na areia
a mesma areia que estraçalha meus olhos
uma decepção
já não é a primeira

vou saindo
levantando do chão
largo os olhares que me olharam em vão
esqueço o karma
chacino a sina
pois a solidão que era minha doença
agora já possuiu uma vacina

peixes mortos boaim na marina
mas dessa água eu já não bebo
pois só degusto bebidas finas

Bruno the joker

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Migalhas

Naqueles dias eu sobrevivia
mas não vivia
era sustentado
pelas migalhas de um amor que não existia
mas apesar de ser uma ilusão
era oque eu tinha...
hoje eu não tenho nada
a não ser o abandono
meu cruel dono
tento não lembrar de nada
para não descer a triste escada
que me levará a depressão
hoje em dia eu já não choro
porque as lágrimas secaram
hoje em dia eu já não sonho
porque meus sonhos se quebraram
hoje em dia eu já não amo
porque perdi o meu amor
hoje em dia eu sobrevivo
porque a vida se acabou
restou o frio...

Bruno the joker