segunda-feira, 11 de julho de 2016

É o fim do outono

A chuva continua caindo. Cada gota bate no solo violentamente, trazendo ao silêncio uma funebre sinfonia, triste, continua, dolorosa...
Raios rasgam o céu, alguns chegam ao solo destruindo tudo aquilo que tocam. Sua força espantosa o faz tão solene e poderoso, mas sua fúria o deixa tão sozinho e impetuoso. Trovões completam a sinfonia. 
Seu forte barulho se convertem em gritos de dor e de lamento, acordando a noite, adormecendo o dia, trazendo a tona o vazio, o nada, o vácuo, a utopia do universo, o lugar onde a dor não existe, nem a alegria...o lugar onde a vida e a morte são sugadas, como dois simples brinquedos, tão simples, tão frágeis, finitas. Pois neste lugar nada pode existir.
O cataclisma tragou todas as estrelas do céu e apagou o universo, tornando tudo em um frio e obscuro buraco negro.
Não resta mais nada, aqui é tão escuro, tão silencioso, que se torna ensurdecedor. O perigo é imediato, a solidão acorda meu inimigo, minha própria mente conturbada, o limite está próximo, como estar a beira da loucura, preso e acorrentado a uma realidade fétida e injusta, prestes a cair na utopia, no vazio, no esquecimento.
Nada pode reverter a situação, nem a mais forte das tentativas. As forças estão no fim, o passado vem a tona, junto com seus espíritos e fantasmas. O labirinto não tem saída. Todos morreram, não há mais ninguém para pedir ajuda.

Bruno The Joker

É outono

As folhas caem das árvores, cobrindo caminhos
as pétalas das flores dão um colorido diferente à tão pálida morte, enquanto a natureza morre silenciosamente.
Campos que outrora foram verdes e viventes, tornam-se cinzentos e tristes assim como o céu, tão nublado e sombrio.
O branco e o preto tomam conta do horizonte enquanto as cores são tragadas pela imparcialidade do destino, tão frio e calculista.
O mundo se torna um imenso cemitério, onde a morte reina em seu império de descanso eterno, sentada em um trono de cranios.
O silêncio toma conta de tudo, o vento e seu zumbido tornam-se uma triste sinfonia de paz que ninguém mais pode ouvir.
O tempo não pode retornar, a existência some aos poucos, junto com as estrelas que se apagam, escurecendo o universo.
A entropia leva tudo a um fim clemente.
Chegamos a um ponto onde o tempo é obtuso ao espaço e nada pode existir.
O começo, o meio e o fim se convertem com o nada e o tudo, que agora jazem juntos no tumulo clemente da inexistência.

Bruno The Joker

A grande escola

Retorna o filho pródigo
e o inválido distingue o crepusculo
descobre que amar não é um código
ao sentir que o coração não é só um musculo

ontêm eu pensei como nunca fizera antes
e pude ouvir os gritos da existência
vi que o amor não é posse de gigantes
descobri que nada quebra o espelho da escência

Assim é o despertar
ver um admirável mundo novo
e morto em vida estará
quem não quiser amar; o grande tolo

Um grande erro é dar valor ao que perde
a grande escola da vida é assim
hoje você está por cima
amanha procura o fim

O tempo não retorna
reveja teu chora de criança
será sempre uma divina comédia
a tristeza de viver da lembrança

Bruno The Joker

Lágrimas

Lágrimas escorrem dos meus olhos, libertando dores e ressentimentos de uma vida inteira
levando-os para longe, curando as velhas feridas e impedindo que novas se abram,
trazendo lembranças doces de momentos agradáveis e trazendo saudades boas de sentir.
Traz esperança e confiança, renovando forças e reforçando a fé que um dia foi esquecida.
Oh, lágrima! calorosa e salgada, lágrima cristalina e pura, escorra para sempre se for preciso, forme rios, mares e oceanos, cure e renove a vida. Chegue aos olhos daqueles que nunca a tiveram, leve luz aos que caminham na escuridão e transforme esse mundo em um lugar melhor.

Bruno The Joker

Tempestade

Tempestade, fria tempestade, negra tempestade que cai
Raios e trovões que destroem, até a mais forte montanha se vai
chuva negra, chuva ácida, chuva maligna que cai
chuva negra, chuva ácida, que pelas ruas se vai
água que some em uma encruzilhada, 
encruzilhada negra e abandonada
água que flui, água que cai, sem direção acaba parada
em cada gota, uma esperança, um sonho a sonhas
uma mentira, uma verdade, algo em que acreditar
mas quando vai de encontro ao chão, o frio e cruel asfalto,
o sonho começa a terminar!
Torna-se lamento, estou a lamentar, o medo me corrói,
estou na estrada a caminhar
tenho medo de não ter forças e parar
medo que a chuva negra comece a vencer 
e não e não hesite em me levar
Tempestade, fria tempestade, negra tempestade que cai
Raios e trovões que destroem, até a mais forte montanha se vai
chuva negra, chuva ácida, chuva maligna que cai
chuva negra, chuva ácida, que pelas ruas se vai

Bruno The Joker

Fascinoras ordinários

No auge de minha loucura, encontro-me vagando no cemitério, na penumbra revolta da noite.
Sinto que não há mais volta. Posso ouvir as gargalhadas oriundas do inferno.
Sento-me no mausoléu de algum cretino qualquer que na certa foi um canalha em vida, e dou risadas pois agora vermes comem seu cadáver apodrecido.
Lágrimas de sangue escorrem dos meus olhos enquanto o demônio repousa sua mão sobre meu ombro e sussurra palavras de ódio em meu ouvido esquerdo.
Em meio as suas palavras mentirosas, sinto-me inojado e começo a correr...minha revolta cresce.
O mundo está cheio de canalhas, putas e bastardos e eu sou um louco enfurecido.

Bruno The Joker