quinta-feira, 5 de maio de 2016

Semente ruim

Não existem contos de fadas
estou preso dentro de minha própria incompetência 
e minha existência está comprometida
não há compreensão dentro da obscura realidade do meu ser
sou um ser imperfeito e sou o único habitante de um mundo surreal
onde não existem desejos pois as vontades se alienaram
na minha mente pairam a destreza e a infelicidade do meu corpo inerte 
minha alma esfarelada suplica por  por respostas
clamo por fatos de um pretérito doloroso que corrói meu espirito
peço para alguma entidade apagar a minha memória
sou o único sobrevivente em uma terra fétida e silênciosa
onde um dia algum irresponsável plantou uma semente ruim
dando origem a uma árvore podre que destruiu toda floresta me deixando só
essa árvore no auge de sua impureza se chamou de humanidade

Bruno The Joker

Fim Lastimavel

Aquele que sofre se sente perdido
sente os anceios da morte
os dias se tornam um martirio
pra quem não se sente tão forte
onde seu sonho é pesadelo
você se sente a vontade
pois no teu mundo és um leigo
por se opor a própria sorte
as idéias somem na rotina
em teus olhos se estende uma cortina
agora usa a pena para passar o tempo
em uma tosca e inútil rima
e tudo é sem importância
assim como o teu simples reflexo
ao sobreviver de arrogancia
se tornando comum e sem nexo
teu futuro é uma incognita
se teus ideais já encheram o saco
assim como tua luta impossivel
e teu semblante tão vago

Bruno The Joker

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Exposto

No teu suor um frio nervoso
as agruras de um morfético leproso
teve medo
um mal estar vertiginoso

era tarde
veio firme
sem razão nem explicação
na coronha o teu crime

foste burro
desfigurou o velho índio
o peiotista sagrado
que vira todo infanticidio

vejo teu herói
criando o teu vilão
em uma espécie de santa ceia da fera
Belerofonte e a Quimera

vejo você 
que está triste
fugindo ao longe
para que ninguêm o aviste

você errou
atirou no inocente
você era o inocente, o generoso
agora é o cadaver exposto

Bruno The Joker

Noturna

Cai a noite, tão fria e majestosa
Cai a noite, tão misteriosa
seus segredos são tantos que a tornam perigosa
caminhar a noite traz todo realismo
em ver de perto a crua face do abismo
vendo estrelas se apagarem uma a uma
enquanto suas lágrimas secam no chão de um beco escuro e sem saída
treva da noite que acalma a tua alma
o obscuro que se torna o teu futuro
tua memória que lhe traz tua triste história
caminho escuro que lhe faz viver em luto
tanto tempo se passou
toda luz se apagou
agora você caminha perdido
rumo ao desconhecido
seu coração ficou amargo
sua alma se perdeu
seu tempo terminou
seu sonho se quebrou
pra que lutar quando se está sozinho?
pra que chorar quando ninguêm lhe acalma?
pra que gritar quando ninguêm lhe ouve?
pra que sofrer?
vida noturna
noite madrasta
somos todos seus filhos
somos criaturas...
criaturas da noite

Bruno The Joker