segunda-feira, 1 de abril de 2013

Limear do sentir

Nas paredes, nos muros, nos cruzamentos
o ritmo louco, desvairado
luzes fortes
o pulsar descompensado

nesse cenário torpe e sem razão
muitos vem, muitos se vão
em um piscar de olhos
como se nada tivesse acontecido
um dia é solene
no outro é esquecido

quantos já não passaram pela lei da gravidade?
quantos foram vividos?
quantos desgustaram da servil enfermidade...
oque pode ser mais estranho?
revelar um segredo funebre
aos soluços de um demente fanho
ou escrever sobre linhas tortas
onde não existem portas
onde não existe um só porque
quem sou eu? quem é você?

dia após dia, demasiado sofre a rotina
 gravaras a ultima mesmice
em uma imagem na retina
quando fecharem a tampa
e te descerem pela rampa
já não haverá sequer um paspalho
que não irá querer ler teu inventario
chorando lágrimas de crocodilo
atuando para algum otário

pode ser filho, pai ou irmão
pode até se dizer cristão
mas proveio da união
da carne perfida e do jargão

não poderá sequer dizer
que jamais irá te esquecer
pois quanto estiveres demente
esclerosado e impotente
já destinará as lembranças
ao vazio do espaço
ao espelho restará só o bagaço
do destino estarás farto
teras mentalidade de um rato
e verás que nada foi
a não ser vaca ou boi
abatidos pelo vento
com o tiro certeiro do tempo
o inimigo mais cruel
bem mais que Caim para Abel

em um tilintar resonante
doravante...
a escritura na lápide
uma plaqueta em um palanque.

Bruno the joker