terça-feira, 12 de maio de 2020

Mundo enfermo


Faces, faces sem fronte
Olhares banais, mentiras iguais
Não sei quem sou, nem pra onde vou
Estou, mas não sou ninguém, não sou ninguém

Dias sombrios, calafrios
Pessoas que andam por aí
Sem rumo a seguir
Eu não vejo você sorrindo
Vejo todo mundo fingindo
O sofrimento nesse mundo cão
Os dias frios, a fria solidão
A amargura, a inexistência
A liberdade é uma ilusão,
ilusão!

Dias sombrios, calafrios
Pessoas que andam por aí
Sem rumo a seguir
Eu não vejo você sorrindo
Vejo todo mundo fingindo
O sofrimento nesse mundo cão
Os dias frios, a fria solidão
A amargura, a inexistência
A liberdade é uma ilusão,
ilusão!

Ao pisar no solo charco, eu adentro meu inferno,
Aos que ficam apenas um minuto de silencio,
Aos que vão o silencio eterno,
Porque tudo morre,
E quando eu bebo e estou de porre
Desejo não fazer parte desse mundo enfermo

O mundo enfermo não me deixa ver
Tento me reconhecer
Mas no espelho não posso me ver
No mundo enfermo não posso viver
No mundo enfermo não posso viver
Viver!

Bruno Giannotti

Trem da morte

Tantos foram os dias
Lembro-me das noites
Quilômetros rodei
Na estrada lágrimas deixei
Os problemas que eu tinha
Deles eu tentei fugir
Mas a memoria me seguia
Em todas as camas que deitei

Na minha motocicleta
Na garupa não há ninguém
Acelero na estrada
Muito além do mau ou bem
Viajando sem destino
Enlouqueci em desatino
Mas a gasolina acaba eu sei
Quando acabar eu vou de trem

Se você já esqueceu
O culpado não fui eu
Ou pelo menos não só eu
Ou pelo menos não só eu
O trem partiu,
A neblina trouxe o frio
Lá fora está escuro
Fico olhando o vazio

No trem da morte
Eu embarco a minha sorte
No trem da morte
Eu embarco a minha sorte

No trem da morte
Eu embarco a minha sorte
Na companhia das baratas
Vou escrevendo uma carta
No trem da morte
Eu embarco a minha sorte
Na companhia das baratas
Vou escrevendo uma carta

No trem da morte
Eu vou bebendo a minha sorte
Eu sei que um dia vou chegar
sozinho!
Eu vou bebendo
Vou chegar, sozinho!
Mas maquinista, para onde vai o trem?

Bruno Giannotti

Oxidação da alma


Chego logo, chego firme
Observo ao nosso filme
Sou o mesmo e sou agora
Diferente de outrora

Vivo o hoje e vivo sempre
No meu subconsciente
Sou o canto tão escuro
Que habita sua mente

Não sou ruim, nem sou tão bom
Sou apenas seu espelho
Refletindo o sentimento
Que a mim chegou primeiro

Sou quem você sempre quis ser
Mas não teve tal coragem
Porem me canso ao ser tão frio
Quanto o reflexo da sua imagem

Radicais livres se abatendo sobre nós
Enferrujando nossa alma e nossa voz
Seremos sempre insatisfeitos sem por que
Mas se hoje chove amanha o sol vai nascer

Já fui muitos em um só
Hoje sou só um entre muitos
Desejando ser o mesmo
Que um dia lutou muito

Mas não posso ser igual
Pois fiquei desfigurado
Tenho a ferrugem em minha alma
E os pesares do passado

Somos só a continuação
Esperamos o perdão
Enferrujando com o tempo
Nosso amor e nosso intento

Estamos à margem dessa chuva
Na maresia crua e bruta
Calcando sonhos de criança
Buscando sempre esperança

Radicais livres se abatendo sobre nós
Enferrujando nossa alma e nossa voz
Seremos sempre insatisfeitos sem por que
Mas se hoje chove amanha o sol vai nascer

Bruno Giannotti

13 anos


Vejo você
que olhava para a rua
esperando entender
a verdade nua e crua

Entendo você
que ficou sem entender
que pessoas vem e vão
e essa rua é contramão

Eu olho para cima
e procuro compreender
o que eu penso vem e vai
como a nuvem ao chover

Nada mudou
só a voz que se calou
Rezo a Deus para entender
Porque meu mar secou

Venha comigo
Vamos ficar sem fazer nada
vamos matar o tempo
enquanto ele nos mata

eu fico lembrando
em respeito aos meus amigos
alguns não vejo há anos
outros foram perdidos

procuro a razão
o que é bom acaba rápido
como a brisa do verão
e os olhares do passado

13 anos se foram
mas eu nunca fui embora
aproveitemos mais um pouco
o nosso sonho esta lá fora

os desejos se foram
e as lagrimas que correm
13 anos se foram
mas os sonhos nunca morrem

Você! Você que é transtornado, que habita este mundo enfermo...
Este mundo condenado, você! Você que está estagnado!
Não se de por vencido, tente encontrar o elo perdido,
Remonte o quebra-cabeças, ache as peças que se perderam no infinito...
Você! continue...

Bruno Giannotti