terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Treva e sangue

confiança,
queda brusca de condição
o céu tornou-se negro
os raios trouxeram o medo

rasgam o céu como uma tesoura na seda
sem pudor, sem permissão
fica a espreita, vem devagar
e te rouba o coração

cai a chuva, torrencial e bruta
te molha o corpo despido de qualquer pretensão
você entra no velho jogo
mesmo sabendo que se trata de ilusão

a névoa encobre, a chuva lava o corpo
mas não a alma, pois esta se perdeu
fugiu quando percebeu
que era errado...
jamais devemos reviver nosso passado.

confusão, sem recomeço
treme a terra, eu adormeço
sonho vil e pesadelo
não sei qual veio primeiro

treva e sangue encorpados no meu copo
que degusto com desprazer
me entorpece, me desfavorece
sem saber o que fazer

os corpos dançam com o fogo da paixão
que queima bruto, sem a sua permissão
a noite turva consome o dia
sem direito a apatia

eu ouço gritos nesta vil imensidão
a chuva continua caindo
todos os sonhos vão sumindo
enquanto os pingos vão caindo...

Bruno the joker