terça-feira, 31 de março de 2015

Veneno de escorpião

O homem é o bicho do homem
tem fome, e come
veio do pó e ao pó ele some
pelos medos se consome

o tempo é escasso
ritmado em compassos
o breve som de um relógio
entre guerras, indas e vindas
como premios o espólio

quem será que tem a razão?
a duvida é um veneno
o doce veneno de um escorpião
que te leva deste mundo
abandonando seus sonhos
em um mar escuro e profundo

tudo que já foi dito é mais do mesmo
seja belo ou grotesco
 se no fim não houver final
a loucura seria como um selvagem animal
se no fim não houver nada
a tua história seria uma piada
não te deixam saídas e nem opções
só estradas sem direções
será que já foi e está voltando?
ou indo e explorando?

a confusão dos sentidos
um esqueleto sem carne, sem nexo
lá estão seus inimigos
ou amigos...
isto é muito complexo...

o cão raivoso está atraz da porta
o ser de um tempo que já não importa
a cada batida ele acorda...
desejando sair...
fugir...

Bruno Giannotti