terça-feira, 15 de abril de 2014

Pela janela

Velhos dias em novos tempos
nós perdemos e como perdemos
nós queriamos, e ainda queremos


o vento frio congela os dedos
a velocidade dispersa os medos
sou eu, sempre fui eu

cade o fogo? 
cade o jogo?
eu não queria jogar de novo...


a pele enruga
a alma deseja sair em fuga
o tempo grita

a beleza já não é tão bela
a solidão fica presa
olhando pela janela

para onde iremos amanhã?
não existe um amanhã...

Bruno Giannotti

domingo, 6 de abril de 2014

Caminho oposto

tortuoso, indescritível,
foi algo terrível,
que chegou e abalou as estruturas,
intermitente em sua textura

era frio, vazio, e pálido

paredes brancas, teto branco, chão branco
enganando os olhos em uma ilusão de ótica infinita
que apareceu e foi banida
com o fechamento das palpebras...

eram maus espiritos que adentraram o recinto
a alma silenciosamente deu um grito
seria o fim?
não podia ser isto que esperava ali por mim

e foi doloroso
o sangue escorria pelo encosto
o leito frio era sinistro
um fiel e vil registro
daqueles dias

foi então que veio a força,
a negação, tornou-se oposta
era o velho se pintando de novidade
esqueceriamos as nossas idades

o primeiro passo,
que era na verdade incontavel
rumo a tentativa
um novo mundo
uma nova vida

parti disposto
na estrada eu peguei o caminho oposto
rumo aos olhos que ali surgiam
e as músicas que ali ouviamos

foi quando a esperança sorriu para mim
e eu sabia que havia espantado o fim
ainda é cedo
apesar de breve
já não há mais medo.

Bruno Giannotti