A chuva cai, pesada e continua
Alarmante é o palpitar do coração
Está caindo o céu agora
Batem gotas gelidas lá fora
Fora do concreto
Fora de alcance
A vida é um sopro
Um olhar de relance
A chuva cai e se infiltra
Gotas pingam na tampa de madeira
Acalmando a mente
Que não mais devaneia
A chuva cai e inunda a alma
Transforma tudo em um oceano profundo
Continuar já não é uma escolha
Na despedida do mundo
Os céus caem agora
As flores morrem lá fora
A música é silenciada
O grande maestro foi embora
Bruno Giannotti
Obs.: em memória de André Matos
domingo, 9 de junho de 2019
Deja vu
Oh ironia
minha cruel compania
olho e procuro
mas não enxergo no escuro
a rua é bonita
chão de paralelepipedos
disforme como a vida
e seus designios
a garoa incomoda
causa mau estar
não molha
nem deixa secar
deja vu
emoções que senti
o filme inédito
que já assisti
oh ironia
minha cruel compania
beijos e mais beijos
e seus desleijos
Bruno Giannotti
minha cruel compania
olho e procuro
mas não enxergo no escuro
a rua é bonita
chão de paralelepipedos
disforme como a vida
e seus designios
a garoa incomoda
causa mau estar
não molha
nem deixa secar
deja vu
emoções que senti
o filme inédito
que já assisti
oh ironia
minha cruel compania
beijos e mais beijos
e seus desleijos
Bruno Giannotti
Humano
Eis que surge o humano
e constrói seu aparelho
a cópia é tão identica
quanto o reflexo do espelho
o humano ama por algum tempo
mas algo se quebra
e o coração que um dia pulsara
fica duro como pedra
eis que para alguns o tempo para
criam raizes e amarras
mas para outros o tempo continua
muda o sol, mudam as luas
é aí que o humano difere
é aí que a vida não confere
alguns vencem
outros perdem
aí vem um esperto e diz que não se pode ter tudo
impondo mais essa regra
cada um deveria ter seu próprio mundo
mas a sorte se faz cega
Bruno Giannotti
e constrói seu aparelho
a cópia é tão identica
quanto o reflexo do espelho
o humano ama por algum tempo
mas algo se quebra
e o coração que um dia pulsara
fica duro como pedra
eis que para alguns o tempo para
criam raizes e amarras
mas para outros o tempo continua
muda o sol, mudam as luas
é aí que o humano difere
é aí que a vida não confere
alguns vencem
outros perdem
aí vem um esperto e diz que não se pode ter tudo
impondo mais essa regra
cada um deveria ter seu próprio mundo
mas a sorte se faz cega
Bruno Giannotti
Em memória ao enfermo
Veloz, veloz!
O maldito é feroz
ruminou capim o dia inteiro
explodiu o porco enfiando-lhe um morteiro
corra, corra!
ele quer que você morra
vá correndo, vá a forra!
a cada hora só piora
não demora
para a burrice não tem hora
é crucial
acertaram o animal
foi surreal
um passo além do normal
os estupidos formataram as massas
mas pelo enfermo ninguém passa
os malditos lhe arrancam a visão
uma baforada e o vidro embaça
chega, chega disso!
presentearam o enfermo
com um belo nó corrediço
o enfermo foi o unico que viu
e por causa disso
foi para aponte que partiu
Bruno Giannotti
O maldito é feroz
ruminou capim o dia inteiro
explodiu o porco enfiando-lhe um morteiro
corra, corra!
ele quer que você morra
vá correndo, vá a forra!
a cada hora só piora
não demora
para a burrice não tem hora
é crucial
acertaram o animal
foi surreal
um passo além do normal
os estupidos formataram as massas
mas pelo enfermo ninguém passa
os malditos lhe arrancam a visão
uma baforada e o vidro embaça
chega, chega disso!
presentearam o enfermo
com um belo nó corrediço
o enfermo foi o unico que viu
e por causa disso
foi para aponte que partiu
Bruno Giannotti
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